ela cansou de gente.

Ela quer pessoa.

Que bom que te encontrou!

Eu não sei em que momento dessa vida eu me perdi. O brilho dos olhos, o sorriso fácil, a fala convicta de quem carrega certezas encobertas de sonhos. Numa esquina, na rua florida, no olhar distante que encontrou no mar o refúgio do céu. Ele que beija sua água salgada como se fosse sua última gota de sobrevivência.

Acho que o culpado foi o tempo. Ele roubou dela a fantasia de um mundo lindo e perfeito aos olhos de uma amante da vida. Sua força vem de dentro, vem de fora, mas aí vem outro ‘ele’ para lhe roubar o riso. O cansaço não bateu na porta, ele entrou sem avisar. Aquela ideia de encontrar pessoas fascinantes com histórias incríveis vividas pelo mundo evaporou.

Como num sopro na nuca a vida lhe trouxe, ou melhor, lhe colocou com os pés no chão. Ela dorme e não se lembra dos sonhos, ela para no tempo durante o dia e nem sonhar acordada ela consegue mais. Seu silêncio transborda, chama atenção, mostra o que poucos enxergam.

Talvez seja uma defesa. Ela cansou de gente. Ela quer pessoa. Ela quer toque no corpo, mão na mão, olho no olho. Verdade por verdade. Ela não quer acreditar que perdeu a fé nas pessoas, ela quer as pessoas. As boas, de gestos simples, alma leve e transparente. Calma na alma de sonhos dela. Conhecer a si mesma não basta para conhecer o próximo. Ela sabe o que pode vir. O tombo é grande, o machucado demora a cicatrizar. Mas ela levanta. Uma hora ela tem que levantar.

Viveu amores singelos, paixões avassaladoras só que ninguém tocou seu coração como ele. Veio para curar, para dar riso ao rosto dela. Profunda menina, de alma grande e sorriso na cintura. Lábios carinhosos, mãos que contam histórias. É ela por ela mesma. Sozinha antes, mas acompanhada dela mesma e, agora, dele.

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autor_helena

 

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