desentalei

Acordei um pouco mais assustado do que o normal.

Dessa vez a ressaca parecia vir do coração ao invés da cabeça.

Uma maneira curiosa de explicar todo o vazio deixado pelas palavras na noite passada. Quando a gente desabafa, colocamos pra fora sentimentos que guardamos por alguma razão. De algo ou de alguém. Algumas mudanças demoram mais do que outras. O que se aplica muito bem para móveis, não sentimentos. Mas por algum cômodo, ou incômodo, acostumamos muitíssimo bem com nossos móveis sentimentais.

Acomodar pode ser perigoso. Costuma ser uma confusão irônica entre conforto e tranquilidade, caminhando de mãos dadas por uma pista oval. Mas nem sempre mudar parece ser uma opção tangível. Muitas vezes longe da gente, pertinho da preguiça. Tem sempre uma desculpa esfarrapada que parece decorá-la muito bem.  A gente vai deixando virar rotina. Vai ouvindo piadas fantasiadas de carinho. Sai debochando da nossa sorte.

Mudanças são necessárias e vazios são preenchíveis. Mas é que tanta coisa depende da gente, que mesmo sabendo, estranhamos, principalmente quando se livra. Liberta mas sofre. Buscamos experiências novas desejando conservar memórias. Sonhamos em acordar no passado pra poder contar do futuro. É assustador enxergar o quanto é possível reclamar do futuro e do passado, só pra poder apelidar nossas cegueiras momentâneas.

Mas dos prazeres dessa vida, descobri que o mais bonito deles, é de como podemos nos reconstruir.

Então adoro acreditar que construímos nosso conhecimento com nossas melhores memórias, mas precisamos buscar algum sentindo dentro do peito. Tem palavra que só sai da boca da gente quando fica apertada no abraço. Bota um coração de frente pro outro, deixa que eles harmonizem as batidas e respira devagar. Curtir o agora e aproveitar pra juntar nossos cacos também. Abraçamos direito. E então aprendemos a abraçar. Pessoas e sentimentos.

Preenche o silêncio de paz, enxergamos uma luz no fim do túnel e vamos deixando essa chama crescer dentro da gente. Diante dos olhos, enxergue o trajeto que você vai viver da maneira mais leve possível. Busque novas respostas, mas entenda que nem sempre devemos fazer exatamente as mesmas perguntas. Evolua primeiro por si, para depois poder entender que ninguém muda pelos outros.

Pois antes de qualquer tipo de amor.

O respeito é universal.

Vida que segue.

3419bfaae90f1edbb7450652f3c4d310

autor_jorge

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *