Sobre a casa

Nas últimas 23 primaveras, eu perdi as contas de quantas portas se abriram me convidando para entrar.
Me acomodei em inúmeros sofás, admirei centenas de decorações e observei calado diversas reformas.
Em cada lar que eu entrava, era recebido de uma forma peculiar.
Nenhuma família é igual.
Nenhuma casa é igual.
Ninguém é igual.

Mas toda casa, seja ela de madeira ou de concreto, protege e abriga.
Casa é pra onde todos os casais querem ir depois do “sim”, dito no altar.
É o recanto do guerreiro.
O almoço da vovó.

Juntei minhas referências de moradia e resolvi construir a minha.
Troquei o cimento e tijolo por papel e caneta.
Levantei minhas paredes com palavras.
Antes eu queria que tivesse quintal.
Hoje já fico feliz se tiver cerveja.
Aqui cada cômodo tem uma medida.
Meus metros quadrados são versos e o valor inestimável do imóvel você não pode pagar.
Mas pode ficar o tempo que achar necessário.
Conselho não se vende.
Mas aqui a gente escreve na parede, pra poder ler a hora que quiser.

Seja bem vindo.

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